sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Cavaco dará cavaco?

TÃO EXIGENTE E INFLEXÍVEL em relação às alterações introduzidas no Estatuto da Região Autónoma dos Açores que, segundo ele, alteram os poderes do Presidente da República tal como estão definidos na Constituição, veremos se o actual inquilino do Palácio de Belém dá cavaco a todos aqueles que reclamam a sua intervenção para pôr cobro aos desmandos do PSD madeirense e repor a legalidade democrática e constitucional na Região Autónoma da Madeira.
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Ninguém duvide de que o que está em causa, na Região Autónoma da Madeira, é «o regular funcionamento das instituições democráticas», de que o Presidente da República é o garante, nos termos do artigo 120.º da Constituição. Sendo certo que a necessidade de garantir o regular funcionamento da Assembleia Legislativa Regional da Madeira pode implicar a sua dissolução pelo Presidente da República.
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Tão afoito e desenvolto no caso do Estatuto dos Açores (em que lhe assiste, sem dúvida, alguma razão), veremos se o Presidente da República quebra a sua proverbial timidez sempre que é confrontado com os desmandos antidemocráticos praticados pelo King Kong do Funchal e pelo exército de símios que o macaqueiam.
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São raros, num mandato presidencial, os momentos críticos que põem verdadeiramente à prova o titular do cargo, testando a sua firmeza, a sua imparcialidade e a sua coragem políticas. Este caso da Madeira é um deles. Veremos como o Presidente da República se comporta. Dar ou não dar cavaco, eis a questão…

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