Bafio antidemocrático
O PROBLEMA desta ministra da Educação, para além do óbvio autismo que a imobiliza e a suspende no tempo, é o seu profundo desprezo pelos professores, pelos sindicatos, pelos partidos políticos e pelo debate democrático. Em suma: por todos os que a contestam.
Quem a viu, ontem, nas televisões, a chispar ódio, a vomitar ressentimento e a destilar rancor por todos os poros, percebeu sem dificuldade que há nela algo de salazarento, como que um cheiro a bafio antidemocrático que nos faz recuar várias décadas, até ao tempo da outra senhora, em que prevalecia a ditadura do «quero, posso e mando».
O engº Sócrates que se ponha a pau. A manifesta incompetência política da drª Manuela Ferreira Leite é uma coisa, que pode favorecê-lo eleitoralmente. Outra, bem diferente, é a intolerável prepotência política da drª Maria de Lurdes Rodrigues, que pode estragar-lhe os cálculos eleitorais e, sobretudo, tramar o PS, lançando-o pelas ruas da amargura.
NOTA: Esta e outras crónicas do autor estão também no blogue Sorumbático.
7 comentários:
Longe vai o tempo em que, pelo escritor destas prosas, não nutria qualquer sentimento, fosse ele de simpatia ou de antipatia. Hoje a situação é bem diferente, e só demonstra que é nas adversidades que se descobrem os grandes homens, não fosse a nossa revolução fruto da coragem e do inconformismo de alguns, e a que a muitos serviu. Podendo o Alfredo Barroso estar nas suas sete quintas, ao lado do partido com que ideologicamente se identifica, no poder, nada melhor que cantar odes ao excelso primeiro-ministro que nos calhou na rifa, e para o qual muitos contribuíram com o seu voto, incluindo o signatário desta missiva. No entanto, assim não procede, juntamente com o António Barreto, que muito admiro, têm com a sua escrita chamado a atenção para a forma como temos sido governados e, como muitos, se têm governado à sombra dos governantes. Criticar, quando se está na oposição, é muito fácil, todos louvam a atitude de coragem do crítico, inversamente, criticar quando os nossos estão no poder, parece que é inadmissível. Para mim, criticar nestas circunstâncias, resulta num acto de coragem admirável, demonstra que não se é desprovido de princípios, princípios que deixaram de existir naqueles que hoje se pavoneiam pelos corredores do poder e que no passado tanto criticaram, às vezes até sem razão, quando eram oposição. A título de exemplo, as críticas que, «esses maganos» fizeram às alterações ao Código Laboral, e que hoje, com as novas alterações, «feitas pelos mesmos maganos» tudo indicia vai ficar muito pior para o trabalhador; a defesa do associativismo nas polícias, no passado, em confronto com a repressão que hoje se verifica; o recurso ao diálogo como prima ratio entre governantes e governados, e hoje a lei do quero, posso e mando; a defesa dos direitos individuais e colectivos de cada um, apanágio da ideologia socialista, hoje a imposição de (só) deveres, que descambam no servilismo e no “delatismo”, não fosse a avaliação cega uma obsessão para os novos senhores. Para finalizar, Alfredo Barroso, por tudo o que tem escrito nestes últimos tempos, um bem-haja.
Dr. Alfredo Barroso
Esse ódio é tanto que transpirava pela capa de uma vozinha artificialmente suave e meiga.
Por mais que tente fingir e disfarçar, não consegue esconder o ódio que sente pelo antigos colegas.
Por que esconderá ela que foi professora primária na sua biografia oficial.
De onde virá o trauma destas criaturas, MLR e Sócrates, contra os professores?
Estas criatura têm um problema com a escola?
Revelam um trauma qualquer que carece de um estudo clínico.
Bravo, Dr. Alfredo Barroso!Não anda a mando do PM! Ainda é socialista, não é verdade?
Concordo totalmente com a opinião do Alfredo Barroso.
Tenho a mesma sensação de que esta srª. ministra tem uma postura de dona da verdade e detentora de um poder absoluto. Dá a sensação de estarmos num regime ditatorial, em que os sindicatos são tratados como inimigos e traidores. Esta ministra criou uma situação de total bloqueamento da concertação. O PROBLEMA Já é só ela e a sua equipa. É impossivel avançar com acordos com este tipo de interlocutor.
A senhora tem de sair! Não são os cem mil Professores que têm que receber ordens e ameaças. Essa Srª não é a Dona do Ministério e das Escolas, foi escolhida para gerir um sector essencial para o país por um partido democrático PS , eleito com muitos votos desses professores.
O mesmo penso do sr. Engenheiro Socrates, faz-me pensar que temos ali um autoritário que anda a gerir o país ao sabor dos ventos ou seja das Sondagens e dos conselheiros de Marketing e de Imagem.
O que tem apresentado em termos de educação nos últimos meses são apenas Publicidade, Ilusões. É falar com muitos dos Professores que estão a dar as novas Oportunidades , eles dizem o que aquilo é.
Vejam bem a semelhança entre os nomes, é curioso:
SALAZAR
SOCRATES
Parabéns pelo seu texto, vou copiar e por noutro BLOG em letras Grandes.
Luis
O trauma de MLR e do Sr Silva: ambos não conseguiram tirar um curso superior numa Universidade Pública de Prestigio. Por isso têm tanto ódio aos doutores.Mas esquecem-se que está vivo e bem vivo quem os conhece de "outros carnavais" ...que lindas aulas dava MLR ... que qualidade ... E que complexado que o outro era nos tempos de liceu ... Pois é: não sirvas a quem serviu e não peças a quem pediu!
Caro Dr. Barroso, é como professora e socialista que ainda acredita em valores e princípios que lhe endereço um sincero obrigada. Por me fazer continuar a acreditar que as pessoas ainda contam, que ainda é possível ser-se crítico num país que sucumbe à arrogância e à mediocridade.
Caro Alfredo Barroso. A "manifesta incompetência" da Manela é mais culpa da adjunta-conselheira-estratega do queda dita. Aliás, qualquer homem da publicidade lhe poderia dizer que não é assim que se vende a banha da cobra. Seja como fôr, e se até agora com sondagens e sondagens a mostrarem o óbvio, se a outra ainda não viu, significa que nunca vai vêr. Saberá ela e o diabo porquê. Já quanto ao prejuízo eleitoral de Sócrates, também não vejo onde esteja a questão. Despede-a, com ou sem estrondo, tanto faz, e dá uma de herói. Ciao
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