segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

ESQUERDA DESFEITA, DIREITA SATISFEITA!

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HÁ, HOJE,uma diferença fundamental, cada vez mais evidente, entre a Direita e a Esquerda: enquanto a Direita identifica sempre sem qualquer dificuldade os seus interesses comuns, pondo de lado as suas divergências, a Esquerda identifica sempre com toda a facilidade as suas divergências, ignorando os seus interesses comuns.

Desde Blair e o «New Labour», e de Schröder e o «Novo Centro», a esquerda social-democrata europeia aderiu aos princípios e métodos do neoliberalismo, em nome da globalização – e deixou de pensar em verdadeiras alternativas políticas, económicas e sociais consistentes e credíveis. Em suma: deitou pela borda fora os princípios básicos da social-democracia genuína, esbatendo quase por completo as diferenças que a separavam da direita.

Em Portugal, a degradação, decadência e deliquescência dessa esquerda social-democrata, representada pelo PS, começou com Guterres e consolidou-se com Sócrates. Claro que a culpa não é só do PS. Mas o socialismo democrático já não vai além da mera retórica.

E agora foi mesmo um ar que lhe deu! Esquerda desfeita, Direita satisfeita!

É cada vez mais evidente que a Esquerda, no seu conjunto, vai ter de armazenar muita água para a longa travessia do deserto que tem pela frente… Como os camelos!

4 comentários:

Carlos Medina Ribeiro disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Carlos Medina Ribeiro disse...

A atracção pela divisão, que o autor refere no início do texto, não é de agora.

Remontemos, p. ex., às des-stalinização da URSS, que conduziu às divergências ideológicas entre soviéticos e chineses:
De imediato, e por todo o mundo, os comunistas se cindiram.
Em Portugal, saíram do PCP os "maoístas" que, por sua vez se dividiram e sub-dividiram até à pulverização.

Se, em 1958, ainda foi possível unir a Oposição portuguesa em torno de Humberto Delgado, já em 1969, para as "eleições" legislativas, a Oposição não se conseguiu unir: tivemos a CDE (apoiada pelo PCP) e a CEUD (apoiada pelo PS).

Em Portugal, a Direita não precisa de promover o «dividir para reinar»: a Esquerda fá-lo de livre vontade, e com todo o gosto.
Veja-se como Fernando Nobre comentou o resultado de ontem: «Foi uma vitória extraordinária!».

Não era Pirro que dizia: «mais umas vitórias como esta, e estamos tramados!»?

Jorge Manuel Brasil Mesquita disse...

Excelente o seu artigo, Senhor Alfredo Barroso. Ao apontar todos os anátemas do actual PS, O Senhor Alfredo Barroso, demonstra como é difícil a prática da Democracia em partidos onde os aparelhos comandam as operações de imagem e de como restringem os contextos dos pensamentos livres e as setas acutilantes da crítica. Com efeito, o Senhor José Lello é um dos mais fieis representantes de um partido onde a inovação tecnológica contrasta com o esclerosamento mental que é visível, sem dúvida, exemplar nos depoimentos que o Senhor José Lello presta, utilizando, inúmeras vezes, o insulto gratuito e a ignorância patética do que é a transparência democrática.
Há muito que o PS deixou de o ser e seria de uma notável transparência democrática que o aparelho partidário renunciasse à ideologia que é a base do partido e apresentasse a proposta clara e defenida da política que actualmente professa e pratica. Alguns membros do aparelho e muitos dos seus militantes demonstram à saciedade que ignoram ou, há muito, abandonaram as suas convicções ideológicas.
Jorge Manuel Brasil Mesquita
Lisboa, 16/02/2011

Jorge Manuel Brasil Mesquita disse...

Excelente o seu artigo, Senhor Alfredo Barroso. Ao apontar todos os anátemas do actual PS, O Senhor Alfredo Barroso, demonstra como é difícil a prática da Democracia em partidos onde os aparelhos comandam as operações de imagem e de como restringem os contextos dos pensamentos livres e as setas acutilantes da crítica. Com efeito, o Senhor José Lello é um dos mais fieis representantes de um partido onde a inovação tecnológica contrasta com o esclerosamento mental que é visível, sem dúvida, exemplar nos depoimentos que o Senhor José Lello presta, utilizando, inúmeras vezes, o insulto gratuito e a ignorância patética do que é a transparência democrática.
Há muito que o PS deixou de o ser e seria de uma notável transparência democrática que o aparelho partidário renunciasse à ideologia que é a base do partido e apresentasse a proposta clara e defenida da política que actualmente professa e pratica. Alguns membros do aparelho e muitos dos seus militantes demonstram à saciedade que ignoram ou, há muito, abandonaram as suas convicções ideológicas.
Jorge Manuel Brasil Mesquita
Lisboa, 16/02/2011