O DIABO ESTÁ NOS DETALHES
UM ANO de
governo catastrófico. Política de austeridade a todo o custo lança pelo menos
três milhões de portugueses na desgraça: quase metade no desemprego; mais de
metade com salários de miséria. Classe média a desmoronar-se cai de bruços nos
braços de Dª. Jonet e seu banco alimentar contra a fome. Caridade luta para
superar solidariedade e dar cobertura ao desmantelamento do Estado social.
Educação, saúde e segurança social seriamente atingidas. Primeira quebra de
salários nominais de que há registo em Portugal. Como
disse há dias um rotundo deputado do PPD (nem pouco mais ou menos PSD): se
excluirmos tudo isto, as políticas do governo têm sido um sucesso estrondoso, como
reconhecem Moody’s, troika e quejandos. Economista berlinense admite que fazer
cortes em períodos de recessão torna as coisas ainda piores, mas acha que ‘fado’
e ‘melancolia’ fazem dos portugueses povo estóico capaz de recuperar a sua economia.
Para ideólogos ultra-liberais da austeridade a todo o custo, sofrimento social
dos cidadãos não passa de pormenor. Governo pôs finanças acima de tudo o resto,
entregou economia a aprendizes desajeitados e acha que coesão social é detalhe negligenciável.
Gaspar, Passos e Relvas são o nosso triângulo das Bermudas e custa-lhes
perceber que o diabo está nos detalhes. Diz Clara Ferreira Alves que
a Grécia pode vir a ser o Titanic, mas nós seremos o Costa Concórdia (a passar
rente à praia para o cozinheiro dizer adeus aos primos). Portugal já começou a
adornar, mas nem o comandante Passos nem o ‘chef’ Gaspar deram por isso!
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